terça-feira, 29 de outubro de 2013

Dons

Cada pessoa tem seu dom. Uns estão mais escondidos e têm aqueles que declaramos ser nossos. Então, acho que preciso escrever. Quanto desperdício ficar me remoendo por não usar meu dom. A gente parece o homem da parábola dos talentos que enterrou seu dom. Há tanta coisa que podemos fazer pelos outros, e a primeira de todas seria ser útil. Não é possível que alguém seja feliz sabendo que está parado, sem fazer nada, sem ajudar, sem construir, sem informar, sem amar. Eu sei que existe, mas não me conformo.
Essa semana vi a proposta de redação de uma universidade sobre "Coisas pelas quais devemos lutar". Pensei na gama de subtemas, quantas pessoas falando o que cada um quer. E isso é bonito porque não vejo graça num mundo apático. Gosto discussão. Entretanto, isso não significa que gosto da discórdia. Não há coisa mais interessante do que um "eu não concordo com você". E as pessoas se inflamam '"o que? Você tá louco!". Mas é opinião é que nem... olho, cada um tem o seu. Ruim é quando as pessoas acham que opinião é igual roupa, moda, e ficam usando a da vez. Transformação, mudança, evolução são tão bonitas, que é maravilhoso ser uma metamorfose. Melhor ainda é ser sua própria metamorfose. E a partir de seus pensamentos criar o seu caráter, os seus princípios. Afinal, ética é isso mesmo: questionar. Por isso que a Filosofia é tão fantástica: um mundo infinitamente questionável. Eu já não lembro mais do que queria dizer, da raiva que eu queria desabafar. Agora estou calma, graças ao meu dom. Ao meu dom de esvaziar, ao meu dom de transbordar. Em uma lágrima, cabe um discurso, cabe um desabafo. Mas aqui cabe "eu"