quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não sabemos o que é o amor

O nosso problema com o amor é que não sabemos amar. O amor deveria ser a cura de todas as dores, mas, por muitas vezes, ele se torna mais uma. Existem tantos problemas grandes e sugadores na nossa vida, aqueles problemas que nos destroem e acabam com o nosso dia. Porém o que mais mata é o olhar frio, é o sorriso forçado, é o eu te amo sem gosto, o beijo sem vontade. Esses são incômodos pequenos. Eles não nos destroem, eles nos matam. Eles não acabam com os nossos dias, eles acabam com as nossas vidas. Somos tão ignorantes e temos uma atração tão grande por problemas que criamos problemas onde há a solução. O amor é um anestésico, é uma droga eterna, seu efeito dura eternamente. Como cada remédio forte tem seus efeitos colaterais, o amor também tem. É o sorriso bobo, o suspiro profundo, o alívio da alma. E quando você briga com quem mais ama, quando você deixa a paranoia cuidar da sua imaginação, quando sua cabeça diz que não é para sempre, eis um novo pequeno incômodo que tira um pedaço do seu coração a cada dia e se transforma em um pequeno peso nas costas. E aquela dor, aquela vontade de chorar todos os dias já destrói muito mais que a sua conta bancária, que seus trabalhos escolares, que seus conflitos familiares. Nada pior que a incerteza do "para todo sempre", até porque é isso que vai definir se é amor ou não.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Frase #12

Se você for ligar pra tudo o que acontece, seus créditos vão acabar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dias curtos, noites longas

Dias curtos, noites longas. O sol já não brilha tanto quanto antigamente, está desgastado. As janelas desse quarto não funcionam mais também, tudo perdeu o equilíbrio. E a noite, esfria rápido. Antes, as paredes desse cubículo eram quentes. Hoje, tão geladas quanto o vento que sopra aqui dentro. Este sopra não para refrescar, pois não há mais calor. Sopra para me lembrar que o vazio existe, porque o barulho do silêncio é o sopro, é a brisa. Durante esses dias, a vontade de escrever cresce, como se minhas palavras, ao beijarem o vento, trouxessem de volta um pouco de luz ao quarto.

Os buracos vão ficando mais profundos, úmidos,  escuros. Dentro de cada canto, há uma história, uma foto, uma peça do quebra-cabeça que é a minha vida. A lembrança traz uma saudade enorme de amigos e momentos que nunca voltarão. A infância já se foi, e com ela todo o fogo que eu colocava nesse lugar. Vieram as responsabilidades terrenas e me esqueci da minha alma. A maior responsabilidade da vida de um homem não são as contas a pagar, é viver, é amar.

Você não deve ter um alguém para amar. Você deve ser alguém que ame. Ame a vida, isto é, ame você. Talvez seja por causa desses pensamentos egoístas que eu esteja trancada aqui, e é por isso que muitas pessoas julgam a  solidão. Acho que são ingratas por não lembrarem que a solidão,  o sopro, o vento, o vazio, o nada e o tédio preenchem esses buracos. Não sei por mais quanto tempo pretendo ficar aqui, bolando teorias e não as aplicando. Porque falar é bom, beijar o vento é melhor ainda, mas tocar o vento com o coração é muito mais prazeroso.

As palavras ficam sem ordem porque as vezes o escuro embaça a visão e não há como entender o que falo, pois sim, preciso enxergar a minha voz. Preciso saber o que estou falando. Nesse momento, não sei de nada, só sei que são dias curtos, noites longas. O sol já não brilha tanto quanto antigamente...

Viagens

Avisaram-me, disseram-me que esse negócio de amor era complicado demais. Quis arriscar, quis tentar pelo menos uma vez viver algo que sempre sonhei. E não ouvi. Não me arrependo. As pessoas erram em generalizar o amor, cada caso é um caso e nada se repete, não do mesmo jeito. Não sei por quanto tempo isso vai durar, dizem que só é amor se é eterno. Mas também dizem que é eterno enquanto dura. É muito confuso. Acredito em eternidade, ou seja, acredito no amor. O amor é eterno enquanto você dura. Se você ama, a paixão está dentro de você, se você morre, não há o que contestar. E não entenda morrer e viver como respirar e parar, porque viver é amar, e morrer é deixar de amar. E nessa de amar e reamar, talvez você morra algumas vezes, o coração pare, o cérebro ative. Mas os loucos sempre se permitirão viver.

Quando se ama, vive-se a vida. Quando se deixa de amar, vive-se a morte. Palavras bonitas e sinceras, sentidas, choradas. Quem ama precisa se preparar pra uma coisa: chorar muito. Não porque o amor faz sofrer ou porque doí. Não, amor não é isso. Digo chorar de emoção, de adrenalina, expectativas, ansiedade, saudade, felicidade, amor. É necessário também se preparar pra engordar, porque o tal do chocolate vai ser o seu melhor amigo na maioria dos momentos. Prepare-se pra roer as unhas, prepare-se pra sentir muita dor de estômago. É um convite à vida. Aperte o cinto, pois sua viagem está apenas começando. Viagem pela vida, viagem pela morte, viagem pelo amor.

domingo, 14 de outubro de 2012

Meu quarto

Vontade de escrever, mas não tenho palavras. Vontade de gritar, mas não tenho voz. Vontade de ir embora, mas não tenho pra onde ir. Vontade de chorar, mas não tenho lágrimas. Vontade de sorrir, mas não tenho motivos. Vontade de esquecer, mas tenho passado. Vontade de viver, mas é só vontade... Como é ruim ser covarde e ficar só reclamando da vida, dizendo o que quero e o que não quero, mas não fazendo nada. Nada, esse é o problema. O problema é que não faço nada e, que no fundo, não quero nada. Porque se eu quisesse alguma coisa, eu faria. Pior ainda é reconhecer e continuar nessa mesmice. Como sou hipócrita e ridícula... Essa monotonia, essa nostalgia, esse tédio... Toda sexta lembrar de noites que não voltam, todo sábado lembrar de dias que nunca voltam, todo domingo lembrar daquelas tardes... Ah, que saudade. Saudade do tempo em que estudar era prazeroso, que estar em casa era confortável, que ir na rua era passatempo.

Mas onde estou? Estou presa... Estou sendo sugada pelos buracos negros de cada canto desse quarto frio, empoeirado, bagunçado... Há papel pra todo lado, músicas inacabadas, textos rascunhados... Lembro-me daquela música em que o cantor dizia "é melhor você começar algo que possa terminar", e sinto-me tão pequena e inútil  porque nunca termino. As vezes tenho esses picos de felicidade, esses picos de solidão... Estou rodeada por uma galera incrível, mas ainda me sinto sozinha. Esse vazio que me consome há tempo, vai e volta... Sempre volta... Cansei desse lugar, quero viajar, conhecer novos mundos, sumir, só pra ver quem vem atrás de mim... Será que se eu fugisse alguém me procuraria? Que texto mais idiota, superficial, frio, insensível, tão quanto a minha vida, sem nexo, sem sequência... Isso tudo é só mais um exemplo de como não consigo concluir as coisas. Mal consigo terminar um texto, como vou terminar a minha história? Quero um futuro, quero um canto, um colo, um pedaço... Quero vida, minha vida.