quarta-feira, 31 de maio de 2017

Matéria para o jornal de calouros (CalourECO) da ECO - UFRJ

FORASTECOS

CAMILA GONÇALVES
EC2 - Baiana, forasteca, arretada  e amante do Rio

Desde que o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) se tornou a única forma de acesso à UFRJ, em 2012, o número de alunos de fora do estado a adentrar à universidade é cada vez maior. Na Escola de Comunicação não poderia ser diferente: dentre os 120 calouros de 2016.1 estão baianos, brasilienses, cearenses, capixabas, goianos, mineiros e paulistas. Para os forastecos, como são apelidados os forasteiros da ECO, encontrar um lugar para morar é um verdadeiro desafio.

Na Zona Sul carioca, quanto mais perto do campus Praia Vermelha da UFRJ, mais elevado é o valor dos imóveis. Porém, procurando com cuidado, é possível encontrar repúblicas nos bairros da Urca, Botafogo, Catete e Laranjeiras a partir de R$ 600,00. De São Sebastião (SP), Henry Fragel (EC1) conseguiu esse feito. “A casa tem sete pessoas, e, por mais que você sinta falta de privacidade, a experiência é válida”, garante. Já para Gabriel Matias (EC3), também paulista, “encontrar pessoas que moram na cidade há mais tempo que você e que possam te auxiliar torna a adaptação mais rápida”.

Se a grana for curta, a assistência estudantil é uma saída, como conta Wallace Miapet (EC1), de Mogi das Cruzes (SP). “Sou aluno cotista de renda e escola pública, então minha situação financeira é bem delicada.” Atualmente, Wallace reside em um albergue no Cantagalo, mas contou com o apoio da Casa da Juventude durante o período de matrícula e enquanto procurava a moradia. “A Casa, localizada na Pedra do Sal, é gerida pelo Juntos!, um coletivo de esquerda que usa o espaço para organizar militância, ativismo cultural e debates”, informa Wallace.

Como forma de oferecer condições de permanência, a UFRJ dispõe de programas de bolsas e benefícios ao estudante, como o Bolsa Auxílio (BA), Bolsa Auxílio e Moradia (BAM) e o Bolsa Acesso e Permanência (BAP), além do Auxílio Transporte. Todas as informações sobres esses programas, bem como a abertura de editais, podem ser acessadas através do portal da Superest <superest.ufrj.br/>.

Sair da casa dos pais também requer disciplina. Uma dose de contabilidade pode ajudar. “Administrar o dinheiro é um grande desafio, já que existe uma grande diferença do custo de vida daqui do Rio em relação a Juiz de Fora”, afirma Renan Kneipp (EC2). Nesse sentido, é preciso atenção na hora das compras. Os mercados da zona Sul geralmente têm um preço mais salgado, por isso são mais indicados em casos de emergência. Um quilo de filé de frango, por exemplo, sai por R$ 7,90 em Botafogo. Na Urca, o mesmo produto é vendido por R$ 10,90.

Há ainda aqueles que estão em família. Antônia Menezes (EC1) também é de Juiz de Fora (MG) e mora com a avó na Tijuca, na zona Norte. Para ela, “é libertador vir para o Rio e expandir horizontes”. Já Vitória Martins (EC2) saiu da pequena cidade de Bom Jesus do Norte (ES) para morar no Estácio, também na zona Norte, com os primos. “Estou maravilhada com a diversidade cultural e toda essa dinâmica do Rio de Janeiro.”

A busca por um lugar confortável não se restringe aos calouros. O veterano do 4º período de Publicidade e Propaganda, Leonardo Botelho, veio de Salvador (BA) e começou sua trajetória na Vila Residencial da Ilha do Fundão. Depois de um tempo mudou-se para uma república na Tijuca, mas ainda não estava satisfeito. Hoje ele está vivendo em uma república no Catete, próximo à Praia Vermelha, e diz que a procura ainda não acabou: “meu objetivo é encontrar um lugar melhor e dividir com os amigos”.

Vindos de fora ou não, amantes da Comunicação escolhem a instituição por vários motivos. Vocação pela área de estudo, interesse no mercado de trabalho do Rio de Janeiro, o renome da UFRJ, mas, como disse a caloura cearense Lusiane Sousa (EC2), não seria a mesma coisa sem “as pessoas da ECO, porque elas transmitem amor e humanidade”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário